A Hidrovia do Rio Paraguai emergiu como a principal prioridade nas concessões planejadas pelo governo federal, com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) projetando a publicação do edital de leilão para meados de 2025. Essa mudança de foco coloca a hidrovia à frente de outros projetos, como o corredor do Rio Madeira, que anteriormente liderava as iniciativas de concessão no setor. A decisão reflete o compromisso do governo em fortalecer a infraestrutura logística e alavancar o transporte hidroviário como alternativa sustentável e econômica.
O Rio Paraguai desempenha um papel crucial no transporte de minérios e produtos agrícolas do Centro-Oeste brasileiro. Sua extensão, que vai de Cáceres, no Mato Grosso, até Nova Palmira, no Uruguai, abrange fronteiras naturais com o Paraguai e a Bolívia. A concessão proposta visa implementar melhorias significativas na infraestrutura, incluindo dragagem e sinalização, que prometem elevar a eficiência e a capacidade de transporte da hidrovia, beneficiando tanto produtores quanto exportadores da região.
Eduardo Nery, diretor-geral da Antaq, afirmou que a consulta pública sobre a concessão está prevista para fevereiro de 2025, com o edital sendo lançado no primeiro semestre do mesmo ano. Ele enfatizou que a tarifa proposta será atrativa, assegurando a competitividade do modal e atraindo investidores interessados no potencial econômico da hidrovia. A expectativa é que essas condições tornem o transporte fluvial mais acessível e sustentável, contribuindo para o desenvolvimento regional.
Enquanto isso, a Hidrovia do Rio Madeira, que abrange o trecho de Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM), está em um estágio avançado de estudos, já tendo passado por consulta pública. Contudo, o projeto enfrenta desafios relacionados ao regime hídrico do rio, especialmente agravados pela severa seca de 2024. Esses fatores destacam a necessidade de análises detalhadas para garantir a viabilidade econômica e operacional da concessão, além de medidas que minimizem os riscos climáticos.
A seca histórica no Rio Madeira, que resultou na suspensão do transporte de passageiros e cargas, elevou os custos de exportação e expôs fragilidades no planejamento logístico da região. Para lidar com essas questões, a Antaq busca equilibrar a matriz de riscos do projeto, assegurando que as concessionárias assumam responsabilidades compatíveis com sua capacidade operacional. O objetivo é garantir a navegabilidade contínua do rio e reduzir as interrupções causadas por eventos climáticos extremos.
Além das hidrovias do Paraguai e do Madeira, a Antaq também planeja conceder hidrovias dos rios Tocantins, Barra Norte, Tapajós e Lagoa Mirim, com previsão de implementação até 2026. Essas iniciativas refletem o esforço do governo federal em priorizar o transporte hidroviário, promovendo a integração regional e fortalecendo a economia de maneira sustentável. A concretização dessas concessões promete transformar a logística nacional, ampliando a competitividade do Brasil no comércio global.