Estiagem na Amazônia e a Cobrança Abusiva da Taxa de Seca no Frete Marítimo: Um Oportunismo das Companhias Estrangeiras.

     Na edição do Jornal Nacional do dia 14 de outubro, foi abordada a grave estiagem que atinge os rios da Amazônia, causando impactos profundos no setor de navegação. Durante a matéria, um senhor que se identificou como representante da navegação manifestou apoio à cobrança da taxa de seca, que segundo a reportagem tem elevado o frete em até 100%. Essa posição, no entanto, não representa de forma alguma a visão da navegação brasileira e deve ser criticada veementemente.

     Como Presidente da Fenavega - Federação Nacional das Empresas de Navegação, que representa toda a navegação brasileira, quero reforçar categoricamente que somos totalmente contrários à cobrança dessa taxa absurda. Fenavega já se manifestou diversas vezes contra essa prática oportunista, que tem sido exclusivamente implementada por companhias de navegação estrangeiras que operam na cabotagem e no longo curso. Não é aceitável que essas empresas, sob o pretexto da estiagem, aumentem drasticamente os custos de transporte, onerando a economia brasileira e abusando da situação crítica que enfrentamos.

     As empresas brasileiras de navegação, principalmente aquelas que operam nos rios da Amazônia, têm demonstrado compromisso e responsabilidade. Mesmo diante da maior seca já registrada na região, mantiveram seus fretes inalterados, conscientes do impacto que um aumento de custos traria para a população e para o abastecimento regional. Enquanto as companhias estrangeiras aumentam seus lucros às custas de uma situação de calamidade, as empresas brasileiras continuam a operar com integridade e resiliência, enfrentando os desafios sem repassar o ônus para os consumidores.

     Em julho deste ano, a Fenavega oficializou seu posicionamento contrário à cobrança da taxa de seca junto à ANTAQ e ao Ministério de Portos e Aeroportos, alertando sobre os abusos que estão sendo cometidos. Essa taxa é uma medida oportunista, sem justificativa razoável, que prejudica não apenas o setor de navegação nacional, mas toda a economia da região amazônica. É um golpe disfarçado de ajuste operacional, aplicado por empresas que não têm compromisso com o desenvolvimento do Brasil.

     A Fenavega, que representa a navegação em todo o território nacional, rejeita com veemência essa prática. Não podemos permitir que o setor de navegação brasileira, que é fundamental para a economia e para a integração do país, seja contaminado por práticas predatórias e injustas. Apoiamos uma navegação justa e ética, que contribua verdadeiramente para o progresso do Brasil, especialmente em momentos críticos como o que estamos enfrentando com essa estiagem atípica.

     A opinião apresentada na reportagem não representa a realidade das empresas nacionais e não reflete os interesses da navegação brasileira. Continuaremos a lutar contra esses abusos e a defender os interesses da nossa nação, garantindo que a navegação brasileira permaneça um pilar de desenvolvimento, sem sucumbir às práticas predatórias das companhias estrangeiras.

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